“Não nos faltam projetos, o foco é crescer”, Luís Machado, Stellantis &You
Criadas para a comercialização das peças de origem das marcas da Stellantis, as placas Distrigo Stellantis &You, trabalham não só com os concessionários, como também com as oficinas independentes. Atualmente, existem 35 placas Stellantis & You na Europa, sendo uma portuguesa. A este propósito, o Jornal das Oficinas, esteve à conversa com dois dos responsáveis máximos nacionais: Luís Machado, Diretor da Unidade de Peças da Stellantis &You e José Pinto, Diretor Comercial, que nos deram conta de como este se tornou um negócio a 360º
Luís Machado e José Pinto receberam-nos em Famões, onde a placa Distrigo Stellantis &You tem a base e o armazém central, com mais de 6.000 m2 de área. Este é um dos três armazéns da empresa, que está também presente no Porto e, mais recentemente, também no Algarve, onde abriu uma filial com 550 m2, para conseguir uma melhor cobertura do mercado, apostando fortemente na qualidade do serviço ao nível das entregas bi-diárias.
Atualmente, o grande objetivo da placa Distrigo Stellantis &You passa pela afirmação como fornecedor 360° na distribuição de peças automóveis, apresentando ainda várias soluções de sustentabilidade, não só através da proposta de peças usadas (B-Parts) como também da linha de produtos reconstruídos e recondicionados SUSTAINera. Fornece atualmente 58 oficinas Eurorepar Car Service.
O modelo Distrigo arrancou há sete anos com a Stellantis. A placa Stellantis &You, na altura PSA Retail, tem hoje o armazém principal em Famões e dois armazéns de apoio, secundários, um no Porto e outro no Algarve, em Faro. A nível de recursos humanos “somos 55 pessoas, mas seremos 60 no início de 2024. O armazém tem 21 pessoas, 12 no comércio e 11 no call center. Depois temos equipas de compras, de marketing e de apoio ao seguimento da atividade e ainda uma equipa financeira”, explico-nos Luís Machado. A chegada ao sul do país foi uma necessidade recente, quando “a zona sul passou de uma lógica sazonal para uma lógica de ano inteiro. A atividade transformou-se não só com a pandemia, mas com vários fatores que fizeram com que a dinâmica económica do Algarve se alterasse. Era preciso proximidade e nós só conseguimos desenvolver a venda de aftermarket com proximidade. Como a carteira de clientes está consolidada, permite-nos o investimento, ou seja, temos uma base que nos possibilita dar esse passo e decidimos arriscar, investir fortemente não só no armazém, mas numa lógica de distribuição diferente da que tínhamos com distribuição dedicada e reforçada”, diz-nos o diretor da unidade de peças.
Dos dois lados: Origem e Aftermarket
Como a origem é um fabricante de automóveis, a Distrigo aposta em peças de origem e aftermarket, assinalou José Pinto, notando que “o negócio está todo ele direcionado para essa situação. Todos têm como sonho conseguir vender as duas áreas de negócio. Está cada vez mais misturado e é cada vez mais difícil de definir o que é uma coisa e outra, mas achamos que é por aí que temos algum potencial para criar um crescimento maior. O nosso cliente, se possível, quer comprar tudo à mesma entidade, para ter menos trabalho e para negociar melhor. O nosso lema são os 360º, inclusive indo buscar as áreas da sustentabilidade e das peças usadas com a B-Parts. O core business é global e temo-nos dado bem com isso”, atestou, com satisfação. Outra das novidades foi a integração da marca Fiat, em julho, que, aos olhos de Luís Machado, “é um desafio. São dois gigantes, sistemas diferentes, ofertas logísticas diferentes… ou seja, quando a Stellantis propõe à rede Distrigo a distribuição conjunta das peças Fiat no seu modelo, tinha algum trabalho realizado, mas há estruturas logísticas que ainda são independentes, que só trabalham a Fiat, ou só a PSA. Arrancámos há seis meses, em julho, e ainda sentimos algumas dificuldades de adaptação, mas nos próximos meses os sistemas estarão 100% integrados”, garante. Já sobre a marca própria Eurorepar, o responsável diz-nos que esta “já conta com 15 mil referências de mais de 40 famílias de produtos”, entre os quais – além das peças, claro – está uma gama de óleo, uma gama de baterias “com muita qualidade e preços bastante competitivos” e pneus. A nível da evolução, o desafio da marca Eurorepar, refletiu Luís Machado, é que esta seja “assumida como uma marca de aftermarket para todas as marcas de automóveis. Este é o verdadeiro desafio que ainda não se conseguiu a 100%. Temos tido crescimentos muito importantes desta marca e consideramos que a inclusão de outras marcas de aftermarket também vão beneficiar a Eurorepar. Neste momento temos sete marcas no portfólio e prevemos chegar ao final de 2024 com mais de 20 marcas de aftermarket”.
Foco no Crescimento
Em relação a 2023 e às expetativas para 2024, Luís Machado afirmou que “o ano foi bom e que mesmo com alguma quebra da parte de clientes importantes, foi possível crescer 25%. O crescimento também deveu-se, em parte, à chegada da Fiat, mas também pela conquista de novos clientes e alargamento das marcas aftermarket. Para 2024, o objetivo é consolidar a marca Fiat e continuar a crescer na oferta aftermarket, o que exige uma transformação das equipas. “É um desafio. Não é só recrutar novas pessoas para o aftermarket, mas reformatar e capacitar as pessoas que fizeram o seu percurso na origem. Depois temos a parte dos sistemas integrados que eu também mencionei, que é um dos nossos projetos importantes para 2024, e a parte logística das entregas que queremos evoluir. Não nos faltam projetos, o foco é crescer”, rematou.
Quer ficar a par de mais informações sobre a Stellantis & You? Aceda ao artigo completo aqui, na edição impressa do Jornal das Oficinas, de dezembro/janeiro.